Futuro

Estratégia para promover o Porto de Pelotas

Iniciativa que contará com verba pública e privada - e irá incluir melhorias, como iluminação, arborização e mobiliário -, foi um dos temas apresentados na noite desta quarta-feira

Um projeto de cerca de R$ 2,5 milhões para o asfaltamento da rua Conde Porto Alegre e a revitalização do Quadrado, na região das Doquinhas, deve se tornar símbolo da nova fase em que ingressou o Porto de Pelotas, desde a assinatura do contrato com a Celulose Riogradense. A iniciativa que contará com verba pública e privada - e irá incluir melhorias, como iluminação, arborização e mobiliário -, foi um dos temas apresentados na noite desta quarta-feira (30), quando representantes da prefeitura e da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) fizeram chamamento a várias lideranças.

A intenção foi clara: demonstrar a estrutura logística a ser explorada, com potencial de virar alternativa às atividades do porto de Rio Grande. Desde dezembro de 2015, 16 mil metros quadrados estão licenciados pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e prontos para ganhar vários usos: desde operações de carga e descarga e armazenamento de produtos à utilização como área para montagens. "Temos uma estrutura que grande parte das pessoas desconhece e precisamos romper com essa ideia de que estamos parados", destaca o chefe da Divisão do Porto, Cláudio Oliveira.

Para desencadear o processo de divulgação e diálogo, Executivo e SPH sentaram-se lado a lado com caminhoneiros autônomos, empresários, transportadoras e integrantes da Aliança Pelotas, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Ecosul. E há motivos para união de esforços e debate. A pauta é ampla: passa por acessos ao Porto, fluxo de veículos e cumprimento de horários e pesos e correria em busca de novos empreendedores.

Confira alguns temas em pauta

Conde de Porto Alegre e Quadrado: O projeto será viabilizado com a aplicação de aproximadamente R$ 2,5 milhões; recurso dividido em três partes iguais: prefeitura, Celulose Riograndense e outras empresas que já operam no Porto de Pelotas. A rua Conde de Porto Alegre será asfaltada a partir da Saturnino de Brito e deverá se transformar em principal acesso ao Porto, enquanto o chamado Acesso Sul está apenas nos planos. O Quadrado também será beneficiado e receberá arborização, bancos, lixeiras e melhorias em iluminação.

Acesso Sul: O trajeto que deverá tirar a circulação de caminhões de dentro da cidade e se tornar rota específica ao Porto não possui data para sair do papel. O projeto, orçado em cerca de R$ 60 milhões, está nas mãos de técnicos do Dnit, em Brasília, mas não há previsão de a verba ser liberada.

Chácara da Brigada: A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico encaminhou pedido de licenciamento ambiental da Chácara da Brigada à Fepam. A intenção é de que em torno de 20% da área de 64 hectares possa virar local a um distrito empresarial. Ao comentar o assunto que, há anos suscita discussões, principalmente quanto à necessidade de preservação do ambiente e às escavações arqueológicas que estão por vir, o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Pelotas, Fernando Estima, defendeu que serão, justamente, os estudos que ditarão às possíveis explorações da área. Um passo fundamental a um debate longe de chegar ao fim.

Contatos com empresários: Negociações com empresários locais poderão resultar em dois projetos distintos. Um que contempla a restauração da estrutura do antigo Engenho Pedro Osório, situada na chamada Poligonal do Porto. O outro poderá servir de local-dormitório de caminhoneiros que têm como destino o Porto de Pelotas. Em ambos os casos, o secretário Fernando Estima preferiu não revelar nomes nem valores a serem aplicados.

Conheça a estrutura do Porto
- Três armazéns, com dois mil metros quadrados de área (em cada)
Um deles está destinado à Celulose Riograndense. Os outros dois, alfandegados pela Receita, costumam ser divididos entre os usos do próprio órgão federal (em função de cargas apreendidas) e também para armazenagem de fertilizantes.

- 16 mil metros quadrados de área licenciada pela Fepam
O local pode ser negociado para vários tipos de uso: carga e descarga, montagens (de módulos, por exemplo) e armazenagens

- A movimentação média de cargas por ano, desde 2004, tem se mantido entre 300 e 400 mil toneladas

- Calado: 17 pés, o equivalente a 5,18 metros

É o suficiente para receber barcaças
Uma minuta, que deverá virar convênio entre o governo do Estado e a União, visa à manutenção do calado da hidrovia. Para isso, o Dnit se comprometeria a fazer o repasse de R$ 25 milhões por ano. O aprofundamento do canal São Gonçalo, que permitiria a entrada de embarcações maiores, ainda não virou nem projeto protocolado junto ao governo federal. Mas é a grande meta - admite Cláudio Oliveira. Com a obra, o calado do Porto de Pelotas passaria a ser de 25 pés.

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